Gestão de pessoas em saúde: 7 dicas para fazer a sua sem erros!

A gestão de pessoas em saúde é fundamental para proporcionar um atendimento de qualidade aos pacientes na área de atenção primária, o que inclui, muitas vezes, mudança de paradigmas. No entanto, isso depende de uma cultura organizacional que permita um ambiente de trabalho colaborativo entre os profissionais.

Nesse contexto, o gestor de pessoas tem um papel muito importante, já que ele é o responsável por disseminar a cultura da instituição de saúde e manter as equipes focadas e motivadas por meio da implantação de ações que visam, principalmente, o bom relacionamento interpessoal dos profissionais em prol do atendimento.

Neste artigo, vamos comentar sobre alguns dos principais aspectos que devem ser observados para uma gestão eficiente de pessoas na atenção primária. Continue a leitura e conheça 7 dicas essenciais que podem ajudar nesse sentido.

1. Otimize a gestão de pessoas em saúde retendo talentos

A retenção de talentos é um dos principais desafios nas clínicas de atenção primária, exigindo a otimização da gestão de pessoas com a implantação de estratégias que visam a motivação e o engajamento dos colaboradores. Para tanto, é preciso entender sobre os modelos de relações no trabalho e ações necessárias para o desenvolvimento do sentimento colaborativo no ambiente organizacional.

2. Entenda os conceitos de multi, inter e transprofissionalidade

É fundamental que as diversas áreas do conhecimento se comuniquem e trabalhem de maneira conjunta em prol dos pacientes. Assim, as equipes compostas por diferentes profissionais podem ser caracterizadas como:

  • multiprofissionalidade — justaposição do conhecimento de diversas disciplinas em um mesmo nível, sem que necessariamente trabalhem em um projeto único, nem de maneira integrada ou coordenada;
  • Interprofissionalidade — aplicação de disciplinas diversas em diferentes níveis de atuação, com uma troca integrada e coordenada de experiências, visando a um objetivo comum;
  • transprofissionalidade — integração de disciplinas de uma área particular para ação compartilhada, com estrutura baseada em sistemas de vários níveis e objetivos diversos. Nesse caso, há uma tendência para a horizontalização nas relações interdisciplinares.

3. Considere a diferença entre grupo e equipe

Muitas vezes, o sistema de equipes de trabalho em saúde se apresenta como apenas um grupo de pessoas que trabalha em um mesmo serviço, mas sem realmente atuar como uma equipe. Nesse sentido, podemos diferenciar 2 tipos de trabalho conjunto, como os de integração e os de agrupamento.

Integração

Em uma equipe de integração não há verticalização com submissão a ordens. Trata-se de uma relação profissional totalmente integrada entre os seus membros, complementando as habilidades entre si, de maneira constante. Nesse formato, as discussões e negociações permitem a elaboração de projetos bem definidos.

Os objetivos, as decisões, as responsabilidades e os resultados são compartilhados com uma avaliação contínua de todo o processo, sob uma organização de trabalho horizontalizada. Na equipe, cada um tem as suas atribuições definidas e todos trabalham para o sucesso comum.

Agrupamento

Já o trabalho em grupo pode ser identificado por sua fragmentação, pois nesse modelo falta um esquema estratégico e há total ausência de comunicação entre os pares. Também não há flexibilidade para a divisão no trabalho, o que faz com que a especialidade seja preservada, não havendo troca de conhecimentos. Dessa forma, não há sintonia, nem compartilhamento de satisfação ou frustração.

4. Entenda a diferença entre gestão vertical e horizontal

A gestão vertical é caracterizada por uma hierarquia de cargos, estruturada com topo, meio e base. Nesse sistema, as ordens partem de cima, onde todas as ações, como planejamento, estratégias, metas, cargos e funções são definidas e devem ser acatadas pelos funcionários. O delimitador hierárquico contribui para que cada integrante compreenda o seu papel dentro da organização, visando a manutenção de todos os processos em ordem.

na gestão horizontal, os colaboradores interagem com as orientações, discutindo e dando opiniões, objetivando melhores resultados. Nesse modelo, não existem ‘chefes’ responsáveis por determinados setores. Os profissionais se reportam apenas a uma pessoa para reduzir burocracias internas e tornar as tomadas de decisões mais ágeis e colaborativas.

5. Quebre a ideia de medicocentrismo

O “medicocentrismo” é característico de uma hierarquia verticalizada, na qual apenas o médico é o responsável por soluções no atendimento. A quebra desse modelo é desejável e permite que o trabalho em equipe seja realizado de maneira eficiente e fluída.

Isso significa delegar competências, deixando diversos procedimentos nas mãos de outros membros da equipe. Para isso, é importante investir em reuniões periódicas objetivando o alinhamento do trabalho e deixando clara a importância do comprometimento individual para um bom resultado conjunto.

6. Desenvolva o potencial de contribuição de cada um na equipe

Em geral, o clima no ambiente de trabalho é um fator decisivo para que um profissional saia ou permaneça em seu emprego. Nesse sentido, uma das maiores responsabilidades do gestor de pessoas na área da saúde é fazer com que esse local seja agradável e colaborativo, para que os profissionais se sintam dispostos e motivados ao exercerem as suas funções. Algumas ações que contribuem nesse sentido, são:

  • advertência quanto à competição nociva;
  • definição de critérios prévios e objetivos para obtenção de benefícios;
  • endomarketing (marketing interno);
  • palestras e cursos sobre motivação e comportamento no ambiente de trabalho;
  • práticas para redução de conflitos.

Além disso, é importante observar que os colaboradores ficam mais abertos ao engajamento quando sentem que as suas opiniões são importantes nos processos decisórios, já que as ações implementadas pela clínica têm impacto direto em suas atuações no trabalho. Dessa forma, é preciso abrir espaço para a participação dos profissionais nos assuntos da empresa, dando voz a eles na definição de estratégias e permitindo feedbacks após a sua implementação.

7. Ofereça treinamentos e qualificações

Um aspecto muito importante para a excelência na atenção primária é a qualificação. Um bom profissional jamais deixa de acompanhar as evoluções na área do conhecimento. Isso também vale para a sua expansão em outras áreas. Nesse sentido, a oferta de treinamentos para os colaboradores pode significar um importante fator de retenção e motivação de talentos.

Como vimos, a gestão de pessoas em saúde é essencial para o bom atendimento e clima organizacional. Dessa forma, quanto mais esse aspecto for trabalhado, com adoção de estratégias e observação de boas práticas, maior será a qualidade na atenção primária e satisfação dos pacientes.

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