Centralidade no Paciente: A importância de ser diferente

Conforme discutimos anteriormente aqui no blog, a mudança de paradigma dentro da medicina é necessária. E uma das chaves para tal mudança é o desenvolvimento de habilidade de comunicação em consulta. Não há outra maneira de fazermos isso se não assumirmos a importância de ser, agir e pensar diferente.

Mas diferente como? Que habilidade é essa? Como desenvolvê-la? Quem dera estas perguntas fossem feitas com mais frequência. O ato reflexivo de pensarmos nossa atuação é uma das mais potentes formas de acessarmos nosso autoconhecimento e, por sua vez, aprimorarmos a nossa habilidade de comunicação.

Vamos elencar aqui apenas alguns problemas que explicam o porquê de esta atividade reflexiva tão fundamental ter ficado perdida. Essa reflexão é importante antes mesmo de mostrar modelos de habilidade de comunicação ou exemplos a respeito, porque primeiro é preciso que você comece entendendo por que deve pensar diferente.

1) Dificuldade em aceitar ou reconhecer treinamentos em campos subjetivos da relação profissional com pacientes:

A habilidade de comunicação, muito embora reconhecida como importante, ainda é estranhamente vista como subjetiva demais dentro da objetividade mecanicista da medicina moderna e seu racional biomédico.

Qual o problema da subjetividade? Um princípio básico que rege nossa atuação profissional são as relações humanas. Tente objetivar demais essa relação e…ela não mais será humana. Junto dela estamos assumindo, então, todo o risco atrelado à sua subjetividade – os sentimentos positivos e negativos, sobretudo medo, ansiedade, raiva e incerteza. Não se engane, não há lados para estes sentimentos. TODOS nós estamos sujeitos a eles.

2) Refúgio “confortável” em doenças evitando o entendimento de si mesmo como uma pessoa que cuida de outra pessoa:

Quando, na formação de um profissional de saúde, ele foi treinado a lidar com os sentimentos dentro das relações humanas e por que fomos ensinados apenas os aspectos objetivos da relação com os pacientes? Os múltiplos sentimentos negativos que envolvem a relação médico-paciente nos afastou daquilo que é o mais importante: a pessoa. E nesta vã luta contra incerteza vieram a fuga, o afastamento e o conforto. Nos confortamos demais no entendimento de doenças e com isso na desenfreada busca de um diagnóstico. Tornamo-nos então centrados na doença.

Sem querer desconstruir nosso avanço cientificista na caracterização de doenças, há um aspecto indivisível que não pode ser esquecido: toda doença acontece dentro de uma pessoa. E toda pessoa possui suas experiências, crenças, preferências e valores.

3) Desconhecimento de como desenvolver uma prática centrada na pessoa:

Não seria então nossa tarefa como profissionais de saúde acessar essa experiência de adoecimento das pessoas? Sim! É essa a diferença que nós, da Dexpertio, queremos trazer para você. É preciso desenvolver uma prática centrada na pessoa.

E a importância de ser diferente começa com você sendo diferente. Faça aquilo que não lhe foi ensinado, descubra como reconhecer suas fraquezas clínicas; como organizar sua consulta, respeitando os momentos de ouvir e falar. Parte de nossa falha em comunicação vem de uma consulta mal estruturada. Queremos ensiná-lo a desenvolver sua habilidade de comunicação em consulta através de uma prática centrada na pessoa.

E para que você já comece a pensar diferente montamos para você um exercício de reflexão. Clique e preencha o questionário. É rápido e irá te ajudar no seu processo de auto-conhecimento sobre habilidade de comunicação.

E aí, preparado para ser diferente? Deixe seu comentário em como já se sentiu diferente na sua prática em saúde.

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