Educação Centrada no Educando: como os 4 componentes do MCCP podem otimizar os seus estudos

Reconhecidamente, o Método Clínico Centrado na Pessoa (MCCP) é associado a melhores desfechos em saúde. A influência positiva na adesão aos tratamentos pactuados , nos autorrelatos de saúde e em indicadores clínicos  está bem descrita na literatura. Cada vez mais presente nas faculdades de Medicina, o MCCP pode estender os seus benefícios também à preparação dos profissionais da saúde que buscam aprimoramento de suas habilidades e um diferencial em suas carreiras.

Nesse sentido, a educação médica centrada no educando é uma abordagem de ensino paralela ao MCCP que pretende otimizar a aprendizagem, aumentando a motivação dos estudantes e preparando-os de forma mais efetiva para o mercado de trabalho. Para isso, ela lança mão dos 4 bem conhecidos componentes do MCCP adaptados ao contexto da educação:

1- Avaliando necessidades:

Como estudantes, nós sabemos que identificar o porquê de aprender algo é parte fundamental da nossa motivação. Para isso, é importante avaliar necessidades, identificando onde estão os nossos pontos fortes, as nossas lacunas de conhecimento e as nossas metas e interesses particulares com relação ao assunto sobre o qual queremos aprender mais profundamente.

A partir dessa identificação, o aluno desenvolve uma maior sensibilidade quanto à responsabilidade pessoal pela aprendizagem e se torna cada vez mais independente. Isso é reforçado pela participação de professores bem capacitados na transmissão da base de conhecimento e na orientação para que os estudantes possam dominar, de forma autodirecionada e eficiente, o material que explicita os conteúdos.  

Sob outro aspecto, a observação de necessidades, ao propor a reflexão sobre lacunas e metas, também é um momento que estimula a autoavaliação. Além dela, essa abordagem também destaca a importância de avaliações formais justas e abrangentes e de avaliações por pares como forma de melhor avaliar o desempenho dos estudantes. Então, pode-se estabelecer processos de reavaliação para aprimoramento constante da aquisição de conhecimento. 

2- Entendendo o educando como uma pessoa inteira:

Tantas foram as vezes que escutamos sobre a importância de entender os nossos pacientes como indivíduos em suas particularidades e em seus contextos específicos. Paradoxalmente, muitas vezes estudamos os métodos e as ferramentas para fazê-lo em abordagens de ensino pouco flexíveis e generalizadas a despeito das especificidades dos tantos alunos envolvidos nesse processo de aprendizagem.

Assim como na prática clínica, entender as particularidades dos indivíduos é fundamental para otimizar os desfechos, neste caso, educacionais. Reconhecer o estudante em sua integralidade parte de compreender suas experiências de vida, sua autoconfiança, seu desenvolvimento pessoal e cognitivo, entre tantas outras variáveis. Desse modo, é possível identificar em seu contexto oportunidades e barreiras de aprendizagem para embasar de forma mais efetiva o ensino.

Cada estudante está exposto a rotinas, condições socioeconômicas e familiares específicas que devem ser levadas em conta na hora de escolher um curso. Não por acaso, os cursos na modalidade de u-learning, em plataformas online, acessíveis a qualquer momento e em qualquer lugar, têm ganhado cada vez mais espaço no ambiente educacional.

Uma particularidade dessa abordagem é, em paralelo a não reduzir doenças à sua fisiopatologia, não reduzir o ensino de um educando às suas deficiências de formação. Isso se baseia no fato de que a aprendizagem ocorre a partir de experiências prévias do aluno. Por isso, é de suma importância reconhecer também os pontos fortes de cada estudante como forma de estimulá-los em prol de potencializar a sua experiência e não perder tempo valioso praticando habilidades já dominadas. 

3- Elaborando um plano conjunto de manejo para a aprendizagem:       

Nos métodos de ensino tradicionais é comum haver frustrações por parte do aluno quando o tempo dedicado às competências obrigatórias impede que temas de interesse particular sejam aprofundados. Muitas vezes, quando isso acontece, é comum que o estudante culpe a si mesmo e questione suas habilidades, organização e gestão de tempo.

Assim como elaborar com o paciente um plano de cuidado traz diversos benefícios ao atendimento, elaborar um planejamento para atingir as metas identificadas traz efeitos positivos para a aprendizagem. Com esse intuito, estabelecer prioridades e esclarecer os papéis do professor e do educando podem ser de grande valia. O professor, neste contexto, pode ajudar a orientar as decisões sobre o quê, quando e com que profundidade aprender. Desse modo, estabelecendo prioridades, escolhendo métodos apropriados de estudo e definindo papéis dos agentes envolvidos, é mais provável que se cumpram as metas e que a absorção e aplicação dos conteúdos seja bem-sucedida. 

4- Intensificando a relação entre educando e professor: 

Como na relação médico-paciente, a relação professor-educando tem grande impacto na qualidade do ensino e da aprendizagem. Bons professores movimentam seus alunos em direção às suas metas, na medida em que tentam prover as ferramentas para guiá-los a transcender os desafios que o ensino lhes apresenta.

Enquanto profissionais em constante formação, o ensino deve ocorrer em um contexto de atenção e cuidado para explorar ao máximo as nossas potencialidades. Para isso é importante que haja uma relação próxima, aberta e baseada na confiança. Assim, os professores devem partilhar o controle com os estudantes, reconhecendo a capacidade de autodirecionamento deles e estando dispostos a variar o seu grau de participação na medida em que se faça necessário ao longo do percurso educacional. 

Fato é que o aprendizado pode expor vulnerabilidades, áreas de menor autoconfiança, assuntos de menor afinidade. Quando os professores se comunicam de forma empática e acolhedora, enxergando os educandos como adultos autônomos e com poder de decisão sobre sua educação, essa exposição de fragilidades se torna potência de catalisar melhores resultados. Em um contexto de educação mais assertiva, cria-se terreno fértil para formar médicos cada vez mais preparados, atualizados e capacitados.

Sobre essas bases, o educando se torna mais motivado, se envolve mais ativamente com o seu ensino e, por fim, aprende e pratica de forma mais efetiva os conteúdos aos quais se dedica a aprender. Para te guiar de forma centrada nas suas necessidades e qualidades enquanto educando, os cursos da Dexpertio apresentam ferramenta de direcionamento para suas metas e professores capacitados para guiar o seu aprendizado de forma assertiva e eficaz. 

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